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Sistema silvipastoril pode ajudar quem quer iniciar plantio de florestas

Consórcio de gado e floresta gera renda enquanto árvores crescem

Muitos produtores rurais pensam em investir em florestas – que tem um rendimento sólido e comercialização dos produtos garantida, principalmente na Região Sul do País-, mas não levam a ideia a frente por acreditar que é um investimento caro e que demora a dar lucro. No entanto, segundo o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Álvaro Scheffer Junior, se houver um planejamento correto e integrar a produção de florestas com outras atividades, como o sistema silvipastoril, o produtor pode iniciar o plantio de florestas garantindo renda antes que o seja feito o primeiro corte de árvores.

De acordo com Scheffer, o sistema silvipastoril é extremamente interessante para quem quer iniciar o plantio de florestas. “No consórcio com gado, é possível começar a ter uma receita antes da floresta. Além de benefícios ambientais, para o gado e de economia no próprio ciclo da floresta. Quando se coloca o gado, não se aplica o herbicida, não há a matocompetição (causada pelas gramíneas invasoras nas lavouras de floresta plantadas), o que gera menos custos de manejo e mantém renda extra. Isso vale para pequenos e grandes produtores, temos várias associadas, grandes empresas, que trabalham com silvipastoril”, aponta.

De qualquer forma, o produtor que deseja iniciar a atividade em suas terras vai precisar de uma dose de paciência já que o cultivo de florestas é uma cultura de ciclo longo comparada à agricultura. “Uma floresta de ciclo curto de eucaliptos leva de sete a oito anos para dar lucro. No pinus de ciclo curto, a média é 14 anos. Pinus de ciclo longo são, em média, 26 anos”, explica o presidente. “Se vai começar do zero, não pode querer que, no primeiro ano, essa floresta dê retorno financeiro. No início, é preciso ter um fluxo de caixa para poder esperar esse tempo para ter o retorno, mas a espera compensa”, afirma.

Segundo Scheffer, o produtor que está começando deve se planejar para que a floresta gere renda ad aeternum,  fazendo plantio todos os anos. “É melhor começar plantando em uma área um pouco menor e, no ano seguinte, plantar outra área. E assim vai. Porque, depois, todos os anos terá colheita. Ele vai estar realizando uma parte dessa floresta e vai ter retorno”, diz.  As empresas florestais, segundo ele, têm a visão de montar um ciclo para 60 a 70 anos no futuro. “A floresta é uma engrenagem, uma atividade cíclica. E quando engrenar, todo ano vai ter área para colher e replantar. Daí a atividade vai andar praticamente sozinha”, garante.

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